Uma crise começou, e agora?
Entenda como lidar com crises e comportamentos disruptivos no autismo e aprenda estratégias práticas para enfrentar esses desafios na rotina diária e proporcionar um ambiente mais tranquilo e acolhedor para pessoas com autismo.
Comportamentos disruptivos são comuns em pessoas com Transtorno do Espectro Autista, muitas vezes apresentam dificuldades em lidar com frustrações devido a inflexibilidades cognitivas, interesses restritos, déficits na linguagem e dificuldades na regulação emocional.
Essas manifestações, que podem ser choros, gritos excessivos, birras, costumam ser uma queixa frequente de pais, pessoas cuidadoras e até mesmo educadores durante as atividades diárias, tornando certas situações mais desafiadoras.
A orientação parental desempenha um papel fundamental, com terapeutas oferecendo estratégias como bloqueio de respostas e redirecionamento para ajudar no manejo diário dessas crises.
Ao longo deste artigo, vamos explorar mais sobre comportamentos disruptivos e como integrá-los na rotina da criança. Confira!
O que são comportamentos disruptivos?
Comportamento disruptivo é um padrão persistente de conduta negativa, desafiadora ou hostil, muitas vezes direcionada a figuras de autoridade, como pais, cuidadores ou professores.
Esses comportamentos frequentemente refletem frustrações que levam a respostas indesejadas, como chamar atenção, evitar demandas, buscar acesso a um reforçador ou lidar com sobrecargas sensoriais.
Geralmente esses comportamentos disruptivos podem ser descritos como:
- Gritos;
- Choros;
- Se jogar no chão;
- Arremessar ou quebrar objetos;
- Agressividade;
- Comportamentos autolesivos.
É importante lembrar que comportamentos disruptivos são aprendidos e podem ser modificados ao longo do tempo.
Quando atitudes desafiadoras são atendidas e recompensadas, satisfazendo imediatamente a criança, há uma maior chance de que essas situações se repitam. Isso ocorre porque nosso cérebro tende a reforçar comportamentos que percebe como benéficos ou úteis.
Dessa forma, quando pais ou cuidadores se deparam com comportamentos desafiadores repetidos e ainda não têm as ferramentas certas para lidar com eles, é provável que essas situações ocorram mais vezes e de forma mais intensa.
Bloqueio de respostas e redirecionamento na prática
O bloqueio de respostas e redirecionamento (também referido como Interrupção da resposta/redirecionamento — RIR) é uma prática baseada em evidências usadas por terapeutas ABA durante intervenções de crianças no espectro. Assim como outras abordagens baseadas em evidências recomendadas para o autismo, existe um nível considerável de pesquisa que mostra resultados positivos no desenvolvimento das habilidades de pessoas com TEA.
O RIR consiste na introdução de um comentário ou distração durante a ocorrência de comportamentos interferentes. Essa estratégia visa desviar o foco de atenção da criança, contribuindo gradualmente para a redução desses comportamentos indesejados ou desafiadores ao longo do tempo.
Entender como o bloqueio de respostas e redirecionamento pode ajudar na diminuição de comportamentos disruptivos é fundamental. Ao redirecionar a resposta à frustração, conseguimos direcionar a atenção da criança de forma mais positiva durante esses momentos.
Dicas para diminuir crises e comportamentos disruptivos
Aqui estão algumas sugestões que podem auxiliar na redução de crises e comportamentos disruptivos:
- O primeiro passo é compreender o contexto por trás da situação de frustração para identificar o que não deve ser reforçado. Os profissionais da equipe que acompanham a criança podem oferecer orientações específicas nesse processo;
- Proporcionar previsibilidade em relação às situações pode ajudar a criança a se preparar antecipadamente. Explicar e conversar repetidamente sobre as expectativas e acordos mútuos pode ser útil;
- É importante identificar qual é a função por trás do comportamento: busca por atenção, tentativa de evitar algo desagradável ou desejo de obter algo específico. Compreender essa função permite prevenir o comportamento indesejado, direcionando a resposta para outras formas de interação;
- Durante essas situações desafiadoras, é crucial manter a calma, respirar profundamente e aguardar até que a intensidade do comportamento diminua. Ofereça à criança alternativas para comunicar suas necessidades, como pranchas de comunicação, apoio visual ou comandos verbais diretos;
- Incentive sempre a comunicação com a criança autista, mesmo que ela não seja verbal ou precise de suportes adicionais. Em momentos de frustração, a dificuldade de comunicação pode ser mais evidente. Esteja disponível para ajudar na expressão das vontades e necessidades da criança da melhor maneira possível.
É importante reconhecer que a frustração faz parte do desenvolvimento de qualquer criança, contribuindo gradualmente para a habilidade de lidar com desafios e adaptar-se a mudanças.
Embora o RIR seja uma estratégia útil, é fundamental entender que não há uma solução única. O caminho envolve avaliações terapêuticas para compreender o repertório comportamental da criança, identificar as ferramentas adequadas e determinar a melhor abordagem para desenvolver essas habilidades.
Por isso, é essencial que a família converse com uma equipe multidisciplinar e acompanhe de perto os resultados das intervenções. Somente esses profissionais têm o conhecimento necessário para identificar o que pode reduzir a frequência e intensidade desses comportamentos, levando em consideração a individualidade de cada criança.
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