Tratamentos para autismo: conheça as terapias para pessoas no espectro
O tratamento para autismo envolve uma variedade de intervenções e terapias direcionadas ao desenvolvimento do indivíduo. É crucial destacar que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é uma doença, mas sim uma condição de neurodesenvolvimento, e, portanto, não tem cura.
No entanto, a intervenção de uma equipe multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar é fundamental para garantir que a pessoa se desenvolva e alcance todo o seu potencial. Além disso, a família também necessita de orientação e treinamento para lidar com eventuais comportamentos desafiadores no dia a dia e manter o autocuidado.
Neste artigo, abordamos detalhes sobre os tratamentos mais reconhecidos para o autismo, incluindo intervenções baseadas em evidências científicas e outras abordagens promissoras que ainda não são consideradas práticas baseadas em evidências.
Importante: É indicado buscar terapias para autismo que sejam respaldadas por evidências científicas. Isso significa que os pesquisadores validaram a eficácia dessas práticas, demonstrando resultados positivos para crianças, jovens e adultos com TEA.
Tratamentos para autismo, quando iniciar?
Tratamentos para Autismo são fundamentais para o desenvolvimento de crianças diagnosticadas com TEA. Iniciar o tratamento precocemente é sempre a melhor opção, pois quanto antes a regulação dos sintomas e a estimulação do aprendizado começarem, maiores serão as conquistas em curto, médio e longo prazo.
Segundo pesquisas recentes, os tratamentos para autismo que se inicia aos 3 anos de idade podem resultar em uma melhoria de até 80%. O estudo também revela que, quando o tratamento começa ainda mais cedo, antes dos 3 anos, a taxa de melhora pode chegar a 90%.
O cenário é promissor! Diagnosticar ou pelo menos identificar traços de TEA aos 18 meses e iniciar intervenções focadas em linguagem e comportamento, com o apoio e engajamento da família, aumenta significativamente a probabilidade de que a criança progrida de um nível de autismo severo para moderado, e de moderado para leve.
Em resumo, os tratamentos para autismo, especialmente quando iniciados precocemente, podem transformar significativamente a trajetória de desenvolvimento de uma criança.
O apoio contínuo e o envolvimento da família são essenciais para maximizar os benefícios dessas intervenções.
Tratamentos para autismo e os níveis de comprometimento
Quando falamos em regressão dos sintomas, é essencial refletir sobre como os tratamentos para autismo são conduzidos. As intervenções terapêuticas visam incentivar a independência dos autistas.
Para aqueles com autismo severo e moderado, isso significa adquirir a capacidade de realizar tarefas básicas por conta própria, como se vestir, usar o banheiro, escovar os dentes e comer.
A comunicação também desempenha um papel crucial para esses autistas. Ser capaz de expressar ou demonstrar o que sentem, o que desejam, se algo os incomoda e como podem se sentir melhor são conquistas que impactam significativamente sua qualidade de vida.
Para autistas leves, o objetivo do tratamento é proporcionar uma vida mais próxima do normal. Isso envolve sentir-se confortável em interações sociais e viver suas experiências individuais de forma satisfatória.
Essas metas podem incluir construir amizades, estudar em uma sala de aula regular, no futuro, formar-se em uma universidade, exercer uma profissão, alcançar independência financeira e, se desejarem, estabelecer relacionamentos amorosos e formar uma família.
Os tratamentos para autismo, adaptados às necessidades individuais de cada pessoa, têm o potencial de transformar vidas, promovendo uma maior autonomia e melhor qualidade de vida para todos os autistas.
Todos os tratamentos precisam ser feitos na mesma quantidade?
Embora seja crucial adequar o tratamento ao nível de comprometimento, os planos de tratamento para autismo não devem ser estritamente separados conforme o grau de autismo diagnosticado, pois os quadros podem evoluir. Além disso, cada autista é único, tanto em seus desafios quanto em seus potenciais.
Os tratamentos para autismo devem sempre levar em conta as necessidades individuais da pessoa com o transtorno. Alguns pacientes podem se beneficiar mais de um tipo específico de terapia, enquanto outros podem precisar de uma abordagem mais abrangente, envolvendo múltiplas especialidades.
Por exemplo, um autista com um quadro entre severo e moderado pode trabalhar com um fonoaudiólogo para aprender a engolir saliva corretamente e desenvolver uma mastigação adequada, reduzindo assim o risco de engasgos. Em contraste, um autista leve pode focar na modulação do tom de voz e na melhoria da fluidez da fala dentro da mesma especialidade.
Portanto, não há uma abordagem única ou universalmente correta. Dentro da mesma especialidade, profissionais, pacientes e cuidadores (no caso dos autistas com maior comprometimento) devem colaborar para planejar o tratamento de acordo com as necessidades específicas identificadas. O objetivo sempre será desenvolver as áreas que tanto os pacientes quanto os especialistas consideram mais importantes.
Em resumo, os tratamentos para autismo devem ser personalizados e flexíveis, focando nas necessidades individuais e nas áreas prioritárias para cada paciente, com o objetivo de maximizar seu potencial e melhorar sua qualidade de vida.
O que é indicado para tratamento do autismo?
As melhores terapias para o tratamento do autismo são aquelas respaldadas por evidências científicas. Isso significa que os pesquisadores realizaram estudos robustos que comprovam a eficácia dessas práticas em produzir resultados positivos para crianças, jovens e adultos com TEA.
Em 2014, a Associação para a Ciência no Tratamento para Autismo (ASAT, na sigla em inglês) publicou o documento “Evidence-based Practices for Autism”, que analisou 20 anos de intervenções para TEA em diversas áreas relacionadas à Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
O estudo identificou 28 práticas baseadas em evidências para o autismo que atendiam a todos os critérios propostos pela revisão, das quais 23 eram baseadas nos princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
Terapia ABA
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma das terapias mais recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para o autismo.
ABA, derivada da sigla em inglês para Applied Behavior Analysis, é uma ciência que se baseia na análise detalhada dos comportamentos individuais para compreender como e por que eles ocorrem, bem como as influências ambientais associadas a eles.
Com base nessa análise, são desenvolvidas estratégias que visam ensinar novas habilidades ao indivíduo. Durante todo o processo de aplicação das estratégias da ABA em qualquer contexto, é essencial considerar a singularidade de cada pessoa para garantir a eficácia das intervenções.
É fundamental compreender as características únicas de cada indivíduo e seus comportamentos ao implementar terapias baseadas em ABA, pois somente assim as intervenções podem ser verdadeiramente eficazes.
As terapias baseadas em ABA têm se mostrado eficientes na aquisição de novas habilidades e na redução de comportamentos prejudiciais associados ao TEA.
Terapias complementares para o tratamento do autismo
Psicoterapia aplicada para autismo
Entre as diversas abordagens da psicologia, a ABA (Applied Behavior Analysis), ou Análise do Comportamento Aplicada, destaca-se como a mais recomendada pelos especialistas no tratamento do autismo. A ABA concentra-se no reforço de comportamentos positivos e tem sido amplamente adotada devido à sua eficácia comprovada.
A Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos Estados Unidos reconhece a terapia ABA como o único tratamento com evidência científica suficiente para ser considerado eficaz.
Este método é utilizado em tratamentos para autismo através de ensino intensivo e individualizado, visando que a criança autista adquira independência e alcance a melhor qualidade de vida possível. Entre as habilidades ensinadas estão aquelas que interferem no desenvolvimento e na integração do autista.
Os objetivos da psicoterapia no tratamento do autismo incluem:
- Estimular comportamentos sociais, como contato visual e comunicação funcional;
- Incentivar comportamentos acadêmicos, como leitura, escrita e aprendizado da matemática;
- Reforçar atividades da vida diária, como higiene pessoal;
- Reduzir comportamentos problemáticos, como agressões, estereotipias, autolesões, agressões verbais e fugas.
Em resumo, a terapia ABA consiste no ensino intensivo das habilidades necessárias para que indivíduos diagnosticados com autismo se tornem independentes. Baseando-se em anos de pesquisa na área da aprendizagem, a ABA é considerada a abordagem mais eficaz atualmente.
Um dos principais benefícios deste método é a redução da frustração e do desânimo. Ao garantir que os autistas respondam corretamente, especialmente durante a aquisição de novas habilidades, a terapia pode aumentar a motivação e o prazer de aprender.
Fonoaudiologia aplicada para autismo
Sabemos que crianças dentro do espectro do autismo podem apresentar dificuldades na comunicação, algumas desenvolvem a linguagem verbal (fala) enquanto outras não. Muitas também podem enfrentar desafios ao utilizar ou interpretar a linguagem não-verbal.
A fonoaudiologia é uma terapia essencial para auxiliar no desenvolvimento da linguagem. O primeiro passo é avaliar os recursos linguísticos e comunicativos que a criança já utiliza e, a partir dessa avaliação, elaborar um plano de tratamento para desenvolver as áreas que apresentam dificuldades.
Para autistas severos e moderados, pode ser necessário recorrer a métodos alternativos de comunicação, como o PECS (Picture Exchange Communication System), onde a criança aprende a trocar símbolos por objetos desejados. A avaliação fonoaudiológica é crucial para desenvolver um trabalho específico para cada criança.
Esse processo envolve não apenas a criança, mas também toda a sua família. Assim como em outros tratamentos para autismo, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de obter bons resultados.
Fisioterapia apoiando o tratamento do autismo
O fisioterapeuta desempenha um papel crucial no desenvolvimento das habilidades motoras da pessoa autista, concentrando-se em aprimorar funções básicas como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e movimentar-se de maneira geral. Além disso, trabalha na coordenação motora grossa e no fortalecimento muscular.
Além de atuar diretamente com a criança, o profissional de fisioterapia também desempenha um papel importante ao orientar os pais sobre os exercícios essenciais para o desenvolvimento da criança. Isso permite que os pais possam supervisionar e auxiliar na realização dos exercícios em casa, promovendo um ambiente familiar e confortável para a criança autista.
A fisioterapia desempenha um papel fundamental entre os tratamentos para autismo, pois as habilidades motoras aprendidas também contribuem para a interação da criança com seus colegas. Ao dominar suas habilidades motoras, a criança se sentirá mais segura e confiante para participar de jogos e brincadeiras, facilitando sua integração social.
Terapia Ocupacional no tratamento de autismo
A terapia ocupacional (TO) é uma área dedicada à prevenção e ao tratamento de indivíduos que enfrentam desafios cognitivos, emocionais, perceptivos e psicomotores, incluindo o transtorno do espectro autista (TEA).
O terapeuta ocupacional infantil concentra-se em três áreas principais: atividades da vida diária, atividades escolares e atividades de lazer. O objetivo é promover a independência e melhorar a qualidade de vida da pessoa com TEA em casa e na escola.
O terapeuta colabora para introduzir, manter e aprimorar habilidades que permitam aos autistas alcançar a independência e participar plenamente na sociedade. Abaixo estão alguns exemplos:
- Apoiar o desenvolvimento da coordenação motora fina necessária para a realização de caligrafia ou cortar com uma tesoura, por exemplo;
- Ajudar na percepção de competências, tais como dizer as diferenças entre cores, formas e tamanhos;
- Integração dos sentidos, realizado através da abordagem de integração sensorial com objetivo de diminuição de estereotipias;
- Brincar funcional, resolução de problemas e habilidades sociais;
- Estimular a coordenação motora ampla e o equilíbrio, usadas para andar de bicicleta;
- Ensinar o sentar adequado;
- Habilidades visuais para leitura e escrita;
- Habilidade para ir ao banheiro, vestir-se, escovar os dentes, pentear cabelos, calçar sapatos, comer sozinho etc.
Depois da TO, uma criança com autismo pode ser capaz de:
- Realizar atividades mais refinadas como: escovar dentes, fazer laço, tomar banho sozinho, vestir-se etc.;
- Independência;
- Autoconfiança;
- Aprendizagem;
- Envolver-se em jogo com os pares;
- Aprender a se autorregular;
- Desenvolver relacionamentos com seus pares e adultos;
- Expressar sentimentos em formas mais adequadas;
- Aprender a se concentrar em tarefas.
O papel da pedagogia no desenvolvimento do autista
Por fim, vamos abordar o papel dos pedagogos e professores no tratamento de crianças com TEA. A educação dessas crianças não só é um direito fundamental, mas também desempenha um papel crucial na construção de sua cidadania e identidade.
Portanto, é fundamental considerar o ponto de vista pedagógico ao discutir tratamentos para o autismo. As crianças autistas na sala de aula precisam de instruções claras, precisas e de um programa escolar funcional que leve em conta suas dificuldades individuais.
Para os autistas com alguma deficiência intelectual, pode ser necessário acesso a uma educação especializada ou a presença de um professor com formação em educação especial para apoiá-los na sala de aula regular.
Os autistas leves enfrentam o desafio de se ajustar às expectativas sociais, o que pode tornar mais difícil para eles serem compreendidos em seu próprio ritmo e com suas limitações. Professores que trabalham com crianças com TEA adaptam suas abordagens para atender às necessidades específicas desses alunos.
Um dos métodos educacionais mais utilizados no Brasil é o TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Limitações). Este método tem como objetivo: promover a funcionalidade e independência das pessoas com autismo, oferecer apoio adequado para eles e suas famílias, além de gerar conhecimento teórico e prático sobre o autismo.
Agora que você está familiarizado com os tratamentos fundamentais para o TEA, compartilhe suas experiências conosco e ajude a aumentar a conscientização sobre o autismo!
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